sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O Tempo das Manhãs...

Acordei de um salto com uma voz desperta e fresca vinda da ombreira da porta do meu quarto. Olhei ainda meio desorientada e vislumbrei dois olhos grandes e brilhantes numa face morena de pele lisa e feições suaves pela tenra idade. - São oito e vinte mana. - Sorri e tomei coragem para me erguer do meu leito quente e fofo. Encaminhei-me até à casa de banho para o ajudar na árdua tarefa de pôr gel no cabelo desalinhado e cheio de remoinhos a fim de ficar um pouco mais composto. Terminei. Voltei para o meu quarto e comecei a preparar a minha armadura diária. Roupa interior, uma camisola azul-turquesa de Rayon, Nylon e Spandex, (não faço ideia do que é limitei-me a ler a etiqueta), umas jardineiras de ganga, um casaco de malha que me chega ao inicio das coxas, castanho escuro e riscas azuis, rosa, brancas e verdes, umas botas quentes sem saltos pretas, um casaco verde tropa com capuz e por fim um cachecol vermelho paixão com dois metros e meio de comprimento com o qual apenas dou uma volta ao pescoço deixando-o percorrer todo ou quase todo o meu corpo. Faço a minha higiene diária e visto-me. Ato o cabelo num rabo-de-cavalo, dirijo-me à cozinha e como uma torrada e bebo um copo de leite morno. Estou pronta. Saio juntamente com a minha mãe de casa, vamos até à pastelaria onde todos os dias tomamos o nosso café juntamente com as conversas sobre o dia anterior. A meio do café enfio a mão direita no interior da minha mala procurando insistentemente por o acessório que suavizará um pouco a minha saudade diária, o telemóvel, encontro-o e rapidamente ligo para a razão do meu viver o que me coloca instantaneamente um sorriso nos lábios. A minha mãe acompanha-me até ao autocarro para assim prolongarmos a nossa conversa. No autocarro entro no meu mundo, ponho os phones com a musica no volume a 3/4 e abro o meu livro, perco-me por entre as páginas e as notas musicais até chegar ao meu destino. Reparo nas pessoas que se cruzam comigo na rua tentando imaginar o que irão fazer e o que estarão a pensar. Cada uma tão diferente da outra mas ao mesmo tempo tão iguais. Sozinhas de andar decidido e com o pensamento tão distante. Como eu.

3 comentários:

Anónimo disse...

Essas pessoas, tal como tu, procuram no caminho vazio do dia a dia, o verdadeiro caminho para a sua existência...Que procuras tu?

Anónimo disse...

Felizes são aqueles que se passeiam despreocupadamente pelos caminhos da sua vida... que não procuram, não escavam, não tentam desesperadamente encontrar sentido para algo que é desprovido de qualquer significado. Digo felizes porque, são esses que quando menos esperam encontram o que nunca procuraram.

Anónimo disse...

Não andes por caminhos traçados, pois eles conduzem-te somente até onde os outros já foram!