sábado, 6 de março de 2010

Repito

Repito, não há salvação no amor. Vocês, a maioria a que deixei de pertencer, à coisa de sete anos, estão todos redondamente iludidos. O amor existe certamente, mas não se aguenta em cativeiro. Mas vamos, vamos sempre tentar. É a nossa condição.
Quem tem medo de se queimar acaba ressequido e é preferível morrer em demência húmida e quente. Esse a que chamamos amor é o sol do nosso sistema orgânico, astro em combustão, vamos olhar de frente, programa os questionários para blind dates, inquéritos analíticos do outro para encontrar o teu sonho de liberdade e depois volto a dizer:
Esquece o seu perfil. Olha-a de frente e vê, fica cego e atira a ideia que traçaste para o mato. Molha-te porque o sol está lá muito para cima, com potes de água entre ti e ele. Vai como estiveres, se não tiveres tomado banho, não te apoquentes, vai e atravessa a força mas não esperes milagres, que isso são invenções consoladoras da igreja. Vais mesmo ficar queimadinho.
Não esperes nada. Baza com ela para outra galáxia ou faz um filho porque só vais ter de o criar no percurso e quase à velocidade da luz.
Não agarres que isso não se pode, mas aproveita.

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